sábado, 12 de novembro de 2011

rehab

Antes era tão mais fácil. Chegar aqui e despejar todos os meus problemas.
Mas as partes que foram tiradas de mim, de pouquinho em pouquinho, fizeram com que aquele eu, já não fosse mais eu. Eu que acreditava que, mesmo em meio à tempestade, seria resgatada por um hippie, de havaianas, que quisesse mudar o mundo comigo. E a vida me mandou o que eu não esperava. Ele tinha o nome "problema" bem estampado no rosto. E deve ter sido por isso que fui gostando. Sempre gostei de coisas complicadas. Não era hippie, nem engravatado. Não queria mudar todo o mundo, nem gostava de movimento estudantil. Queria ver bem a família, trabalhar e ter filhos. Mas bastou um defeito para que um abismo fosse criado: insegurança. E você aprende, em meio à tempestade, a lidar até mesmo com os defeitos. E quando você começa a comemorar, você percebe que, assim como a água com que lavamos o rosto pela manhã ao acordar, ao anoitecer ele também escorreu pelos dedos. E o pior: você permitiu.
Você permitiu que escorresse e levasse consigo as pequenas partes que foi arrancando.
Mas você permitiu porque o que mais fez durante anos foi fugir. Fugir de si mesma e dos fantasmas que te assombram há anos. Você tentou ser sincera, tentou se abrir. Ele não entendia como você podia ser tão hermética. Mas quando você estava prestes a se abrir pro mundo, a permitir que a flor desabrochasse com apenas três palavras, ele te deu brechas para que você fugisse. Covardia. E você percebe que ele foi igualzinho aos outros. Não foi tão canalha, não quis te magoar, te desejou até felicidades, amigos e dias floridos. Mas, como todos os outros, permitiu que você fugisse. E o pior: nem conseguiu dizer tchau.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Amor, dor e sábados tristes.

"Será que algum dia já recebemos amor? Como receber uma ação que nós mesmos temos de fazer? Amor é coisa que não se recebe. Quando uma mulher oferece amor para um homem, ele recebe carinho, cuidado, toque, mas não amor. Quando um homem ama uma mulher, ela pode sentir paixão, acolhimento, segurança, mas não amor. Amor é coisa que se dá"

Incrível como eu tentei, tentei achar alguma inspiração pra escrever nos últimos meses. Não consegui. Mas os momentos mais tristes, não sei porque, tendem a me dar vontade de escrever. Talvez seja realmente a melhor maneira de colocar tudo pra fora, sem machucar quem está por perto e, melhor ainda, poder apertar o backspace quando as coisas não dão certo.
Fico me perguntando se é preciso, realmente, que alguém que nós gostamos tenha que morrer ou ir pra longe, pra que a gente aprenda a valorizar as pessoas, os bons sentimentos. E dizer algo que muitos julgam não ser importante falar com as palavras e sim sentir. O amor. Ok. Se não fosse tão importante mesmo, por que ficamos com esse sentimento de vazio quando não temos mais a oportunidade de dizer o quanto amamos alguém e o quanto esse alguém pode ser importante em nossas vidas?
Vai ver que precisamos mesmo de palavras, de sentir o amor como um verbo - ainda que de maneira intransitiva, inassumida, por horas unilateral, não?
 Por que esperar que sábados tristes como esse passem, pra que a gente tome um choque de realidade na segunda e ver o quanto a vida é pequena? Talvez depois de ler esse texto você ou outro alguém possa não estar aqui pra se dizer o quanto se ama, o quanto alguém te agrada. Talvez seja tarde pra reconhecer que, apesar de cheio de defeitos, ou de não corresponder seu sentimento com a mesma intensidade, nem por isso esse alguém passa ser menos importante na sua vida.
Antes eu me sentia incomodada quando alguém dizia me amar. Já me perguntei várias vezes se era eu que não sabia amar direito - mas um grande amigo me disse que não existe amar direito, amar torto, amar errado. A gente simplesmente ama. E passar a ver o amor como algo que se dá talvez seja a chave pra que a gente não acorde num sábado qualquer e esse alguém já não esteja presente na segunda pra gente poder falar o quanto o ama, ou poder listá-lo em um comentário no facebook, twitter, ou qualquer outra mídia social.

Não importa se você ama o seu cachorro, o seu amigo, a sua família ou o seu namorado. Ame. Só sei que ficar jogando o amor pro universo na prorrogação do segundo tempo é que talvez não compense muito.


(seguindo os conselhos de Maria Cristina Ribeiro)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Segredo

Vou confessar uma coisa: não consigo deixar a Vaca partir. E não consigo escrever no outro blog.
Resta-me, então, unir o útil ao agradável. Volto aqui, em troca de algumas mudanças.
Mas não contem a ninguém. Certo?
:)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Despedidas...

Completamos 3 anos de Vaca, Talk-Girl e muita introspecção. Mas "clichêrizando", já que "tudo que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível", o blog que me acompanhou durante todo o ensino médio vai ficando como uma lembrança boa do passado - apesar de momentos intempestivos que aqui já foram, durante muito tempo, desabafados.
A Vaca não morreu. Nem pretende ir pro brejo - coisa que ela mais fez ao longo dos 3 anos. Ela apenas, como Vargas, vai ficar na história, na minha história (Karol) e na de quem um dia teve a oportunidade de ler algum de seus anseios, a quem dedicou um mínimo de atenção a suas asneiras; verdades; dramas; inverdades; sinceridades extremosas, se emocionou, sentiu raiva ou vontade de levá-la ao abatedouro. É que a todo tempo precisamos nos reiventar e agora, para selar essa fase da minha vida, com uma nova "ideologia", anuncio em primeira mão o meu novo blog: Ideologia de Esquina http://www.ideologiadeesquina.blogspot.com
Nada muito requintado, ou muito diferente daqui. Apenas um blog novo, para uma vida nova e menos animalizada.


Um grande beijo, 
meus amigos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

#forçaanaluiza2



Eu fico a cada dia mais sem palavras. Vamo lá, pessoal! É só doar sangue.

terça-feira, 8 de março de 2011

#forçaanaluiza

Nesse dia da mulher, gostaria de homenagear a pequena Ana Luíza Coelho, garotinha de 7 anos que está, nesse momento, internada no hospital A.C. Camargo em São Paulo para tratar de um raro tipo de câncer. Nos últimos dias, a Lu tem precisado de mais doações de plaqueta, pois ainda está muito debilitada. Quem puder ajudar, doe sangue, principalmente quem tiver A negativo. Ou qualquer outro tipo sanguíneo. É só doar em nome de Ana Luiza Evelim Medeiros Coelho Leite.
Tomei conhecimento de sua luta através do blog mantido por sua mãe, a Carolina Coelho Varella (http://www.vidanormal.blogspot.com). É de se espantar tanta força existente dentro de uma menina aparentemente pequena e indefesa que, mesmo com tão pouca idade, já pode ser considerada um "exemplo de mulher". E é pra ela a minha torcida.

Quem quiser ajudar, e não pode doar, é só aderir a campanha #forçaanaluiza, no microblog twitter.

sábado, 5 de março de 2011

15 segundos de fama.

Há aproximadamente dois anos eu postava aqui um texto, indignada com a gincana do colégio. E foi uma polêmica enorme, comentários em cima de comentários, eu quase sendo linchada pela turma "adversária" por fazer um texto, falar as verdades que ninguém quer ouvir, etc. Tudo acabou em pizza, claro. Mas jamais poderia imaginar que no 3º ano juntariam a minha turma, com a turma 'indignamente' vencedora da tal gincana. No início era barra conviver, mas no final do ano estávamos todos tristes, nostálgicos, mas felizes no fundo - como sobreviventes de um náufrago, por ter conseguido enfrentar uma série onde vida social, festas e birras passadas já não podiam desprender tempo ou lugar.
E eu estudei, como dizem alguns amigos "que nem uma louca". Mas deu resultado, até. Passei na UESB{1º =O} e na UFRB (pra Jornalismo), na UFBA e na UEFS pra direito na UEFS {1º lugar na UEFS tb O.O) . Demorei mais de uma semana pra acreditar e concatenar tudinho. E confesso que, de certa forma, alimentou meu ego de menina masoquista, que se inscreveu em mais de dois vestibulares, na esperança de passar em pelo menos um, mas na verdade achava que não fosse passar em nenhum. Enfim, confesso também que foi super legal ver aquela garotinha quase execrada há dois anos atrás pela direção e por alguns coleguinhas, recebendo homenagem, posando de garota propaganda em outdoor, televisão e coisas do tipo (Vide Bula), dando depoimentos até sobre métodos de estudo (o que, aliás, nunca tive hahaha) - ou seja, vivendo meu "dia de baigon". Alimentou o ego, claro. Mas não resolveu metade dos meus problemas. Aliás, piorou. Imaginem o número de pessoas que passaram a opinar sobre qual instituição eu deveria escolher. "Ah, mas essa é muito boa". "Ah, não, essa não é legal".
EU que ainda tinha que decidir pra onde ir. E não fiquei louca de estudar, mas quase fiquei ao tentar decidir meu próprio destino. Era tão mais fácil quando meus pais podiam fazer escolhas por mim, tomar a frente de meus problemas, e fiquei naquele dilema: sair ou não sair de casa? (Pra quem não sabe, só uma delas fica na minha cidade). E, decididamente (embora tenha ficado no gostinho de fazer Jornalismo na UESB), não iria morar em Vitória da Conquista ou Cachoeira. Sair ou não sair de casa?
Acho que o que ajudou mesmo, foi saber que um grande amigo (talvez um dos melhores), dependia dessa escolha pra entrar em uma delas, e saber que apesar de todos os contras de se morar fora, eu PRECISO aprender a me virar. Pois é. Salvador e Direito, lá vou eu.
Não sei se foi a melhor escolha, mas acho que foi o melhor que pude fazer. Resta torcer pra que seja como Deus quiser. E lá vamos nós. Eu e a Vaca.

quinta-feira, 3 de março de 2011

lavar roupa todo dia, que agonia ♪

[ironia]Eu aqui, acordando feliz e disposta[/ironia], deparo-me com um texto tão idiota, assim como o blog que o reproduziu (Malvadas.Org).

“Prezada Inês de Castro,

Ouvi hoje sua coluna em que você fala sobre a ignorância de alguns jovens alemães que acham que o muro de Berlim não deveria ter caído. Eles alegam que o comunismo era muito melhor. Que o comunismo é um ideal, etc. E, concordo com você, as coisas não são bem assim…
Logo após, você fala das meninas mais novas que atacam o feminismo e detestam as feministas pois, segundo elas, as mudanças que houveram não são legais, etc, etc…. e então você diz que elas precisam ler mais, ter conhecimento, assim como os jovens alemães.
Agora, neste ponto discordo de você. Talvez você esteja mal informada sobre o Feminismo, sobre o que é, e qual sua finalidade!
Está patente (e só não vê quem não quer), que o Feminismo, em pouquíssimo tempo, conseguiu implodir uma instituição sagrada e maravilhosa, que durou cerca de 5.000 anos: a família. Nesse ponto, estou de acordo com essas meninas “novas”: o Feminismo é uma doença insana e radical.
Lógico que concordo que tivemos vários benefícios, como, direito ao voto, entrada no mercado de trabalho, direitos e deveres iguais, etc, etc, etc. Porém, a igualdade de direitos e de deveres simplesmente ficou para trás. À custa de um discurso político agressivo, hipócrita, e maquiavélico, nós mulheres estamos hoje muito melhor que os homens! E não me venha com aquele “discursinho” ridículo que mulher ainda ganha menos! Olhe ao seu redor e verá como o homem acabou sendo aniquilado![...]"

[para continuar lendo... http://malvadas.org/2011/02/abaixo-ao-feminismo/ - mais creiam, ainda dá tempo de desistir!]

Esse texto foi feito por uma "arquiteta-do-lar", Cíntia Fulador, que se sentiu ofendida ao ouvir na Band News FM o programa "Dentro do Espelho" do dia 21/02, da colunista Inês de Castro cujo tema era "Como são, de fato, as feministas além da visão estereotipada".(basta clicar e ouvir)
Não preciso nem dizer que o texto da Cíntia é extremista e não entende nada sobre leis (como diria minha amiga Lícia Laranjeira "quem disse que se uma mulher cometer um crime contra um homem não será punida?" - que, por sinal, é casada, não é frustada, é muito independente e, ainda assim, feliz) .

"Olhe ao seu redor e verá como o homem acabou sendo aniquilado!"


Sinceramente, me senti no filme "O exterminador do futuro". TSC. O mais irônico de tudo é que o blog tem o nome de "Malvadas", um tag com nome de "Feminices"; a dona procura um texto de Inês de Castro que achou interessante, mas prefere publicar uma réplica a ele, julgada por ela como "muito melhor", num post de nome "Abaixo ao Feminismo". E depois a Vaca sou eu...

E quanto a essa louca, deve ter feito alguma faculdade de Arquitetura do lar para Amélias. Se ela pudesse olhar um pouco além de seu próprio umbigo, perceberia que o movimento feminista contribuiu bastante para amenizar os velhos padrões patriarcais. E que, talvez, se não fosse por ele, não estaria escrevendo tantas asneiras num diário público, mas sim num tanque, cantando Luís Melodia.
Sem mais.