segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Amor, dor e sábados tristes.

"Será que algum dia já recebemos amor? Como receber uma ação que nós mesmos temos de fazer? Amor é coisa que não se recebe. Quando uma mulher oferece amor para um homem, ele recebe carinho, cuidado, toque, mas não amor. Quando um homem ama uma mulher, ela pode sentir paixão, acolhimento, segurança, mas não amor. Amor é coisa que se dá"

Incrível como eu tentei, tentei achar alguma inspiração pra escrever nos últimos meses. Não consegui. Mas os momentos mais tristes, não sei porque, tendem a me dar vontade de escrever. Talvez seja realmente a melhor maneira de colocar tudo pra fora, sem machucar quem está por perto e, melhor ainda, poder apertar o backspace quando as coisas não dão certo.
Fico me perguntando se é preciso, realmente, que alguém que nós gostamos tenha que morrer ou ir pra longe, pra que a gente aprenda a valorizar as pessoas, os bons sentimentos. E dizer algo que muitos julgam não ser importante falar com as palavras e sim sentir. O amor. Ok. Se não fosse tão importante mesmo, por que ficamos com esse sentimento de vazio quando não temos mais a oportunidade de dizer o quanto amamos alguém e o quanto esse alguém pode ser importante em nossas vidas?
Vai ver que precisamos mesmo de palavras, de sentir o amor como um verbo - ainda que de maneira intransitiva, inassumida, por horas unilateral, não?
 Por que esperar que sábados tristes como esse passem, pra que a gente tome um choque de realidade na segunda e ver o quanto a vida é pequena? Talvez depois de ler esse texto você ou outro alguém possa não estar aqui pra se dizer o quanto se ama, o quanto alguém te agrada. Talvez seja tarde pra reconhecer que, apesar de cheio de defeitos, ou de não corresponder seu sentimento com a mesma intensidade, nem por isso esse alguém passa ser menos importante na sua vida.
Antes eu me sentia incomodada quando alguém dizia me amar. Já me perguntei várias vezes se era eu que não sabia amar direito - mas um grande amigo me disse que não existe amar direito, amar torto, amar errado. A gente simplesmente ama. E passar a ver o amor como algo que se dá talvez seja a chave pra que a gente não acorde num sábado qualquer e esse alguém já não esteja presente na segunda pra gente poder falar o quanto o ama, ou poder listá-lo em um comentário no facebook, twitter, ou qualquer outra mídia social.

Não importa se você ama o seu cachorro, o seu amigo, a sua família ou o seu namorado. Ame. Só sei que ficar jogando o amor pro universo na prorrogação do segundo tempo é que talvez não compense muito.


(seguindo os conselhos de Maria Cristina Ribeiro)

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