terça-feira, 12 de maio de 2009

volúveis por natureza.

"Só sei que a gente inventa amor e dor,e tudo o que nos satisfaz"
CMTN

É incrível como a gente tem o dom de criar situações. Talvez seja pela necessidade de estar constantemente mudando. É como se nada nos satisfizesse; nem os amores, nem as dores. Quando temos a felicidade na palma da mão, normalmente deixamos que ela fuja, e passamos a nos lamentar pelos cantos. Quando a vida parece monótona e precisamos dar-lhe algum sentido, sempre inventamos uma paixão repentina, que não sabemos nem onde ou quando começou; ou simplesmente inventamos um amor por simples conformismo. "Ah, eu te amo porque hoje me bateu uma vontade de te amar. Mas talvez eu não te ame mais amanhã, tá ok?". Consequência disso são os namoros relâmpagos que vemos por aí, de um dois dias, talvez uma semana.É engraçado como a falta do que fazer algo ou até a falta de coragem para realizá-lo nos torna volúveis o suficiente para querer algo inventado.Parece que a vida só tem mais graça quando amamos, ou quando sofremos (ambos em situações extremas). No amor, quando a paixão vai embora e tudo se estabiliza, a tendência é o desamor, a falta de estímulo para seguir adiante. Na dor, nós queremos que passe a qualquer custo, nem que seja a solução mais descabida. Tantas pessoas que se suicidam por aí, por motivos que muitas vezes comparados a outros problemas, tornam-se banais. E é como se o amor, a dor, ou qualquer outra sensação fosse por nós idealizada pra nos satisfazer. Somos amantes-masoquistas, é isso.No fundo, no fundo, não sabemos se queremos amar, ser feliz, ou simplesmente sofrer. O que queremos mesmo é inventar.

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