domingo, 8 de novembro de 2009

dos dias que o Sol não veio...

Eu na verdade preciso mesmo é desabafar. Já é mais de oito horas, e você ainda não chegou.
E não chegará.
É angustiante quando você espera por uma situação que você sabe que jamais (ou pelo menos por esta noite) vai acontecer. E você se apega ao fantasma de um passado não tão longe assim, você lembra das palavras, dos gestos e da voz, das brigas, das birras e das implicações. E você sente que isso de certa forma não voltará. Tudo mudou. Você tem que se adaptar. Siga em Frente.
Cara, simplesmente não dá!
É difícil cortar bruscamente um laço que para você se fazia a base de ferro, era forte, era firme, e parecia distante de ser cortado. Mas agora a distância se faz presente, e o distante não se torna perto - não tão perto quanto você gostaria que fosse. Agora não há bifurcações no caminho - na verdade, a passagem dele está bloqueada. Você está bloqueada. Seus pensamentos estão bloqueados. E tudo que você consegue é escrever, numa tentativa inútil de que a dor passe.
Mas a dor não passa.
Você lê as palavras, e percebe que elas ficam martelando, ecoando, reverberando na sua mente. Você parece gostar de sofrer. É, você é masoquista. O que é mais leigo do que fazer com que as tristezas que você tenta enterrar na mente, ou expurgá-la de dentro de si voltem à tona? Só você. Você já não raciocina, as suas lágrimas misturam-se com a saudade - o seu coração continua batendo forte, e tudo que você mais queria é que ele tocasse em frente numa marcha lenta. No entanto, o ritmo é frenético. E ele pulsa. Ele bate. Ele grita. Ele chama por um nome, até quando se dá conta de que assim como você, ele também chora.
dos dias que o Sol não veio...
4 de Novembro de 2009

3 comentários:

B. disse...

MUITO LINDO!

Anônimo disse...

bom saber que eu não sou a única no mundo assim... você é fantástica.

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