sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

- são as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando...

(Para ler ouvindo Sangrando de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior, o Gonzaguinha)




Passei a semana inteira pensando: - ah, eu tenho que escrever alguma coisa. - eu tenho que escrever alguma coisa! Passei a semana inteira (2) tentando imaginar por onde deveria começar, e se deveria começar. Sentei aqui pra começar a minha "Carta Que Não Foi Mandada", e percebi o tempo que eu havia chegado aqui na frente do computador, até este exato momento que resolvi retomar o texto, passou-se muito mais que duas horas de relógio. Como se eu estivesse fugindo de algo, mas eu sei que no fundo eu queria era desabafar.
"Então deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida que é preciso demais desabafar..."


E após longa pausa, vou tentar concluir.




Sempre fui um tipo de pessoa muito difícil de se lidar: quando eu gostava, eu gostava - gostava somente pelo puro prazer de gostar; e quando não gostava, não tinha quem me fizesse mudar de opinião. Os tempos foram passando, eu fui crescendo, e o meu pensamento mudou um pouco. Percebi que não sou onipresente, muito menos onisciente, pra poder julgar as pessoas que me cercam. Então, fui parando.
Outra coisa que observei bastante em meu comportamento é que aos poucos eu vinha perdendo a frieza que me era tanto peculiar, fui tomando novos ares, fazendo novas amizades, me abrindo a novas relações... A maioria das minhas grandes atuais amizades começaram por cadeias complexas de ações, porém não é por isso que assim deveriam continuar. Sempre fui acostumada a ser mal tratada pelas pessoas, e ter meuns sentimentos pouco a pouco magoados - e quando encontrava alguém que me admirasse pelo que eu sou, não pelo que eu pudese oferecer, eu como de costume acabava destruindo a relação, e me auto-destruindo. Tem pessoas que falam que "amigos, só pai e mãe, e olhe lá!", que "não existe amigo, e sim colega"; e isso eu nunca apoiei - sempre tento imaginar o que há de melhor nas pessoas que amo, apesar de muitas vezes eu não deixar que isso transpareça, e acabe magoando com alguma palavra que simplesmente de tão solta, "escapoliu".
Nos últimos dias, tenho vivido o que se chamaria de um verdadeiro inferno astral...Aqueles dias que eu tento, tento, e tento, mas nada dá certo. E é em todos os cunhos - sentimentais, familiares, profissionais... -
Quando achei que tava tudo ótimo, me falaram que eu deveria ser esquecida, e que não valeu a pena ter conhecido uma pessoa como eu - E eu, como tal narcisista que sou, fiquei com meu ego machucado. Uma semana depois, descubro que estou com um sério problema de saúde. Também perdi praticamente o chão: perdi uma amizade que hoje, em especial, é o motivo de estar postando aqui e nas condições que eu me encontro neste exato momento. Muitas vezes falamos coisas que não queremos que magoem, mas às vezes, acabam por magoar. Eu acho que sou do tipo de pessoa que não tem vergonha de assumir seus erros, mas o pior de tudo é tentar se redimir de um erro que você sabe que nem ao menos o cometeu, e quando tudo não passou de uma intriga de alguém que em algum momento sentia raiva de ti e queria te ver humilhado, sentindo-se um lixo (e é como ainda me sinto). Não digo que perdi só um parceiro, mas um amigo, um brother, alguém que eu tinha o maior orgulho de dizer - Esse aí é meu amigo de verdade. É nele que eu sei que posso confiar. E a coisa mais triste foi perceber que perdi a sua confiança, não por tê-la traído, mas por alguém que deduziu algo e para destruir uma das poucas coisas que me restavam de verdadeiras, utilizou-se de um artifício chamado veneno; e eu, infelizmente, não tenho a fórmula, ou a receita para inoculá-lo.
Pior que a falta de amor, pior que o ódio. É a indiferença. E esses dias aprendi a conviver com esse monstro, que de uns dias pra cá tem me deixado praticamente uma tresloucada. Pior que discutir com alguém e ouvir palavras que dilacerariam teus sentimentos, é não discutir porque o outro alguém não te escuta, não atentas para o que tu dizes. Esse sim é o mais cruel dos castigos.
Pensei em escrever algo bonito, poético, mas é tal como disse no início, esse é o meu grito de socorro, na verdade não para quem o lê e sim para a minha alma que necessita extravasar esse sentimento que me corrói por dentro. Pensei em fazer uma carta desejando talvez um feliz aniversário, correndo risco de não ser lida, mal interpretada, ou "simplesmente" e dolorosamente ignorada. Entre ambas. escolhi nenhuma delas. Pois lembrei-me do fato que a mesma pessoa me disse uma vez: As suas palavras "bonitinhas" jamais irão me comprar.
Eu nunca tentei vender meu peixe com as palavras, eu apenas tento passar através dela o que eu sinto, e o que eu sou. Sem receios, embora com alguns rodeios. Eu jurei que jamais lutaria por amizade alguma, pois amizade é um laço mútuo de afeição, carinho, e principalmente confiança. Penso também que se um laço que eu considerava forte, rompeu-se ( do outro lado, claro) facilmente, talvez porque a amizade não fosse consistente ao tanto que eu imaginasse.
Mas estou aqui, no receio de chegar e dar parabéns por uma simples mensagem instantânea, um recado num site de relacionamentos, e muito menos uma ligação telefônica. Queria pode abraçá-lo, como nunca abracei ( não por falta de oportunidade ou de vontade, apenas porque você foi me moldando pra que eu me tornasse uma pessoa menos fria e calculista, despertando um lado humano em mim que nem eu mesma havia tido conhecimento acerca de sua existência.) e dizer o quanto você é importante na minha vida. Queria poder pedir desculpas, e ouvir ou ler as coisas que você me dizia, que animavam meu dia. Queria poder abrir como volta e meia abria nossos registros de conversas no msn e rir dos raps que nós criávamos, sem logo em seguida cair num pranto sem tamanho... Queria poder ser um ser humano perfeito, sem ter quue magoar as pessoas que amo e parar minhas sessões de auto-flagelação.
Sei que a pessoa à qual me refiro, jamais vai ler, isto, sabendo que fui eu que escrevi, ou querer ouvir algo relacionado a mim. Às vezes acho que só causo mal mesmo às pessoas, e se eu pudesse me aniquilar, pode ter a certeza de quem sem dúvida, eu me aniquilaria.
Aqui é o desabafo de alguém que cansou - cansou de si mesma, cansou do mundo, cansou-se das pessoas. Mas que nunca vai se cansar dos amigos que tanto ama.



Feira de Santana, 19 de Fevereiro de 2009.

Um comentário:

Anônimo disse...

ahh qrol e suas histórias de vida ! shaushuahsuahs ! e quem disse que a vida ia ser fácil? pedras no caminho? vc não viu nem metade delas... mas guarde-as todas... pq um dia qrol... vc contrói um castelo [ lembre sempre disso ] ! continue firme que no final vai dá tudo certo... com fé em D'us ! Bjaum.