sábado, 11 de julho de 2009

E quando a gente deseja alguma coisa com toda a nossa garra, o nosso coração; e temos que aprender a renunciá-la? É como eu me sinto. Me sinto também indiferente a tudo. Anestesiada. Na verdade, perplexa comigo mesma. Quando se quer algo com tanta veemência é muito difícil chegar de repente e renegá-lo: é o mesmo que negar-se a si mesma.
Passo horas lembrando de pequenos detalhes...Olhando retratos turvos... Ouvindo as mesmas músicas... Lembrando das mesmas risadas. E é difícil entender que tudo o que se passou tornou-se apenas uma lembrança que sequer o tempo me trará de volta.
E engraçado quando se tem a oportunidade de fazer tudo de novo - de voltar e repetir os mesmos detalhes, a tirar retratos turvos, voltar a ouvir músicas, a rir com a alma, a 'ouvir estrelas'... - geralmente se agarra tudo isso com força. Nossa! Sacrificar-se seria perder os sentidos, o juízo. Mas sacrificar-se também é proteger-se. E é mesmo necessário tornar-me como uma esfinge, e adivinhar-me na vítima que estraçalho: a mim mesma. Pode chamar do que quiser... Excesso de autoproteção, autopiedade...
Medo.

Medo.

Medo. Talvez seja isso. O medo. Medo do que possa vir, medo dos mesmos sentimentos. Medo de ter os mesmos tratados como pequenos pleonasmos ou reverberações que de tão vivas, tão coloridas, tornam-se o que eu sou. Entretanto, a minha voz nem sempre é cantada de acordo com o meu desejo; às vezes sai um, dois tons desafinados; e às vezes se fica sem voz.
Nem tudo pode ser do jeito que a gente quer. Infelizmente é necessário aprender a ponderar, a discernir do que é certo, do que é errado, e do que se gosta ( e esse gostar muitas vezes é o errado).

Às vezes é importante se passar pelo mesmo ponto de interrogação.

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