terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Não repugne o pasto alheio.


O que você mais repugna, mais cedo ou mais tarde, acaba acontecendo com você. É de lei.
Você vê alguém caindo do cavalo. Observa o erro. E promete a si mesma que jamais deixará as rédeas, jamais deixará que isso aconteça com você. /
Você vê alguém pisar numa casca de banana, distraidamente, e simplesmente cair. E você logo pensa que isso jamais acontecerá com você, afinal você não anda sem saber aonde está pisando.
Mas sempre tem aquele dia em que a paisagem chama mais atenção, e você mira pro pasto alheio, e esquece do seu próprio pasto. Esquece as rédeas, e quando volta a si mesma, você já está no chão. E o cavalo, este está muito além de você... E, mesmo vendo alguém distraidamente escorregar numa casca de banana, também distraidamente você resolve parar de olhar pro chão, e erguer a cabeça num último "grito" de orgulho próprio.
Orgulho.
Nada melhor para combater uma espessa dose de orgulho do que um belo escorregão... Por que não?
E aí escorregamos, e o chão fica pequeno tamanho ao nosso choque de realidade - realidade esta antes distorcida, de nariz empinado, de indiferença. Até percebermos que o que há tempos repugnávamos, há tempos também estava programado pra acontecer em nós.
Tudo é uma questão de circunstância.

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