sexta-feira, 2 de julho de 2010

Futebol é arte, mas lembrar do futuro também faz parte.

Tá, eu já estou preparando os meus ânimos pela semana que terei pela frente. Ao ligar a TV, copa do mundo, ao mudar de canal, copa do mundo. E todos falam do mesmo assunto - do canal mais medíocre, ao blog mais requintado. É incrível como todos são tomados de um ímpeto, de uma paixão, de uma cegueira pela modalidade. E nós (digo, como diria Robinho, os 180 milhões de brasileiros) esquecemos que além de uma Copa do Mundo existe vida; somos incapazes de saber o que acontece de errado com aqueles que mais amamos, esquecemos do nosso cenário político, esquecemos que vivemos em um país atolados até o pescoço de problemas "sociais" - e somos tomados daquele verdadeiro "espírito de coletividade momentânea": brincamos sobre as vestes de um patriotismo artificial, até abraçamos o cara fedorento ao lado na comemoração de um gol da "seleção brasileira". Porém, quando o jogo acaba, e a tela exibe um tremendo "game over", a harmonia é quebrada, são lágrimas, lenços, e a colcha de retalhos das aparências começa a ser reconstruída, voltamos a ser os egoístas de sempre, apáticos à pátria, até que a próxima copa do mundo nos una novamente.
"Nosso" desejo (o dos mesmos 180 milhões de brasileiros) talvez seja o de apagar, deletar da memória o fracasso, a "humilhação", perdemos toda a desportividade... Holanda? Somos indiferentes. Mas a TV, a internet, o rádio, e todo o aparelhamento mediático insiste em martelar em nossas mentes - parece até a propaganda de abertura dos arquivos da ditadura "Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça". Será que todas as outras nações participantes da copa merecem perder a todo o tempo, e nós, brasileiros, devemos ser eximidos de qualquer perda? Não falamos de ditadura, falamos apenas de uma competição de grande porte de uma modalidade esportiva como outra qualquer.
É preciso lembrar que, enquantos seres humanos, somos passíveis de erros. Se o Dunga errou, se os jogadores erraram, se os juízes erraram, se os jogadores da Holanda, da França na copa passada, da Itália, do que seja, erraram... Do que adianta? O que passou, passou. Com a mesma facilidade que se tem em dar um chute de 3 metros de alcance na bola, devemos ter em seguir o ditado clichê, tocar a bola pra frente, e não procurar culpados.

Entretanto, as coisas não têm importância, somos nós quem damos importância a elas. Talvez se não se tivesse dado tanta importância, não haveria tantas faces desoladas; e o que deveríamos realmente priorizar, que é uma educação de qualidade, livres de falso moralismo; uma política mais decente; e se fôssemos mais éticos com nós mesmos, a perda numa competição capitalista não teria surtido tanto efeito assim.


Às vezes é preciso cortar os laços com o passado, país do Futuro. Bola pra frente :)

3 comentários:

Fantástica Astronauta :) disse...

isso so é dito em teoria na prática é bem diferente infelizmente ! o texto foi interessante mas bem utópico ; rs

Gilda. disse...

Pão e circo né colega ? Sempre! Reconheço o poder social de reestruturação so futebol, mas a mídia explora uma imagem muito alienativa deste, tendo em vista que eu nunca vi ninguém chorar quando seu político perde a eleição o que eu acho que deveria ser mais sério que uma competição desportiva.

Naiara Moura☼ disse...

bola pra frente... e É GOL DA HOLANDA ASOIHUOHSOUIEHAOIUHSIUHAOUIHA

ah. em 2014 tem mais palhaçada,vaka \o/