sexta-feira, 22 de outubro de 2010

educação manda lembrança e diz que entrou de férias...

Ontem eu tive o (des)prazer de assistir à peça "Os campeões", baseada na obra "As meninas" de Lygia Fagundes Telles, no Centro de Cultura Maestro Miro, com os "atores globais" Alexandre Scaquette, Guilherme Leicam e Paulo Vilela (o qual eu admirava muito pela maneira de interpretar). Eu já tinha decidido ir à peça e, para minha grande surpresa, eles aparecem de manhã lá no colégio e foi aquele alvoroço: menininhas histéricas gritando de um lado para o outro, outras gritando "oh, eu toquei nele" e também ouvi, acredite, "ah, eu passei a mão no peito dele*0*". Fiquei meio assustada. E achei que seria coisa de momento.
Como o professor de Literatura daria 1 ponto extra para quem fosse assistí-la, ganhei o álibi para convencer meus pais. E fui. Só não sabia que sairia de lá tão decepcionada.
Mas não foi com o conteúdo da peça.
É que eu soube que aquele alvoroço no colégio era só uma amostra do que eu veria, de fato, durante o espetáculo. A peça começava, e eu ouvia 'gritinhos'; os PERSONAGENS demonstravam sinais de carência, e elas gritavam "vem, que eu te consolo, LINDO!". Fora os flashes que proporcionaram ao público ver todas as trocas de cenário (e olha que fotografar era proibido).
Sempre me perguntei o porquê de não haver bons espetáculos em Feira de Santana. A maioria ali presente confessou ter gostado "do movimento", e não do enredo, de fato. E que foram assistir porque os atores são lindos. O cúmulo da futilidade. Depressivo. Mas acho que já entendi o verdadeiro motivo dessa carência da cidade: além de não se valorizar a arte, o conteúdo, há deficiência de uma cultura e educação de berço. E é aí que muitos pais devem se perguntar: onde foi que eu errei?
Eles não se perguntam, e a cidade leva a fama, claro...
Detesto sentir vergonha pelos outros, e senti até demais

Nenhum comentário: