sexta-feira, 19 de junho de 2009

Certa Saudade


A saudade é um bicho estranho. Tem horas que ela te aperta, te encurrala e você não tem como sair. Certas coisas, em certas horas podem não surtir certos efeitos, mas uma coisa é certa: uma hora você sente, uma hora a ficha cai. É engraçado quando a gente se acostuma com fatos, com pequenos gestos; é engraçado como temos a capacidade de alterar a nossa rotina e adaptá-la a certas pessoas que entram a nossa vida. Mas é nessa incrível rápida habilidade de mudanças, que temos que conviver quando elas saem repentinamente... Sem destino, hora, local determinado. Saem de nossas vidas, outrora saem da vida em si. E dentro de nós, por mais que não seja imediato, um dia passa a brotar a flor da saudade. Essa flor pode liberar um certo aroma agradável, um certo cheiro que já conhecemos ao primeiro passo. Aquela saudade gostosa, que não deixa de ser saudade; mas também não machuca. Também podem surgir os espinhos, que agem ferinamente e deixam muitas marcas de certa maneira. Ou então ao passo que nasce a saudade, deixa-se um vazio indolor, insensível, intocável, e por tabela instigante.
Nada é certo, certa é a saudade - e saudade é sinônimo de pleonasmo.

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