terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Madrugadas de Dezembro I.

O fim do ano tá chegando. E o mais incrível é que dessa vez eu mal percebi. Engraçado... Todos os anos os fins eram, para mim, sempre melancólicos (e não digo que este não o seja) - todos os anos me emocionava com as típicas e esdrúxulas músicas da época...
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"Então é natal, e o que você fez? O ano termina, começa outra vez..."


- me preocupava até com o próximo! Dava umas roupas velhas, afinal, tinha que desocupar o guarda-roupa para guardar as novas que o "papai noel' iria me dar; - derramava litros das minhas fartas lágrimas apenas antecipando uma saudade que eu nem sabia se sentiria mesmo...
Mas dessa vez, tudo aconteceu diferente. Não apenas pelo velho motivo de que "everybody changes", "ah, as pessoas mudam". Elas mudam sim, óbvio! Porém, sempre de acordo com seus interesses. Mas o que me intriga é essa minha falta de interesse. Não tenho escutado aquelas músicas pré-históricas; doei roupas durante o ano e não simplesmente por estarem velhar ou ocuparem espaço (pelo contrário, se quiserem me dar de presente, aceito (H).), mas sim por ter tomado a tempo a consciência de que gente e de carne osso precisava da minha ajuda pra não resumir-se aos ossos. Quanto à saudade, não chorei durante as tão temidas despedidas; e só agora a ficha de que o ano está terminando está escorregando...
Lembranças boas de coisas que agora só se resumirão às lembranças, talvez estejam me fazendo derramar um pouco do brilho da saudade. Provavelmente, se me perguntassem se consegui realizar todos os meus desejos e objetivos desse ano, eu diria que não, se eu lembrasse deles por algum acaso hihi.
Nós nunca alcançamos objetivos.
Sempre desejamos algo, e sempre no meio do caminho encontramos algo que nos atrai mais. E seguimos, lutamos, e temos o dejá vú de que "nadamos e morremos na praia".
Somos bizarros.
Nos unimos em jantares, em ceias de natal, fazemos amigos secretos em um dia do ano. Brigamos durante os 364.
Passamos 3 horas na fila do supermercado pra levar um peru pra ceia de natal, e nos outros dias não temos sequer a delicadeza de esperar 5 minutos na fila do pão - ah, a empregada vai...
Somos medíocres até o último dia. Pagamos até pra morrer. Pra quem não sabe, outro sonho meu é ser dona de funerária - dá mais dinheiro que ser médico.
Há muito deixei de acreditar no "felizes para sempre" e no "fim" das estórias infantis; há histórias que se perpetuam na vida real, e a única certeza de término que você tem é a morte que nem sempre é das mais felizes... Deixei de crer que "era uma vez" - nunca é só uma - são duas, três, quatro vezes... Isso até você quebrar a cara, aprender e como diz a minha mãe, largar de ser besta.



Não tenho promessas pro ano que vem, e estão dizendo que ando meio pessimista; mas quem sabe talvez um ano que comece sem promessas tenha a chance de ser mais feliz?




Madrugada do dia 15.

2 comentários:

Naiara Moura☼ disse...

ah,vaka, prometer é só um jeito que a gente acha pra se cobrar mais. não prometa nada! faça.
ações são mais eficientes(e úteis) que promessas :p

Anônimo disse...

legal gostei muito