terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Vendendo fácil o que não tinha preço...

Às vezes parecia que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo...
Teríamos o mundo inteiro,

E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro...
(...)
Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto...
Até chegar o dia em que tentamos ter demais

Vendendo fácil o que não tinha preço...

[Andréa Dória - Legião Urbana]


Andréa Dória. Uma das músicas que eu mais gosto de Legião Urbana, e acho que ela realmente combina com o nosso fim de ano (na verdade, o meu, pelo menos, particularmente falando...). É estranho como a gente depois de fazer uma escolha e optar por determinado caminho, temos logo em seguida a sensação de ter feito o certo pelo certo, o correto; o que nós, na verdade, achávamos que era certo. Mas é muita prepotência agirmos de uma maneira, esperando que as coisas tomem os rumos que também esperamos que sejam tomados. Quando queremos algo, não nos importam os obstáculos - quando queremos de verdade! Quem desiste na primeira simples barreira que encontra pela frente, é porque nunca quis saltar o suficiente; porque pra quem quer de verdade não importam chuvas, tempestades, ondas de calor, não importam opiniões alheias -e é muitas vezes nessa ânsia de termos tudo o que queremos, que nos esquecemos que muitas das opiniões alheias poderiam ser verdades (ou não). Ou escutamos demais, ou damos ouvidos de menos...
E só depois que o futuro chega - futuro esse que já não é mais futuro, e agora chama-se presente. É que adquirimos as balanças que a vida e as forças divinas nos proporcionam - a capacidade de perceber em que falhamos, em que podemos melhorar, e em que podemos nos redimir. - Sim, a palavra é redimir, pois a vida não é como um teclado e um computador - sem o Delete, sem o CTRL+Z - então às vezes temos uma pequena oportunidade de improvisar. E muitas vezes nos esquivamos desta possibilidade, deixamos para trás as oportunidades, as circunstâncias, e até mesmo as pessoas que passam por nossa vida... Damos valor às coisas, ao que o dinheiro pode nos proporcionar, e como diria uma extremista religioso: a usura corrompe. E aí chegará o dia em que talvez percebamos que tentamos ter demais, e ser de menos.

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