segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quem vê capa não vê conteúdo.

Facilmente adaptável, a frase "quem vê cara não vê coração" se aplica a quase todas as situações da vida - com excessão da Ana Maria Braga (mas esse é sempre um apêndice, à parte) -. E mesmo que muitos morram acreditando na ilusão de que rótulos são para geléias, eu ainda 'confio' na concretude de nossa arrogância.
Como sempre, me perco do foco, então, vou direto ao ponto: ontem, passei numa banca, e comprei o jornal do dia (domingo); como tive um dia cheio, não tive tempo de ler por completo, terminava na hora do intervalo, no colégio. Um amigo, muito curioso por sinal, veio ver o que eu fazia, e ao perceber que eu lia um jornal do domingo (e ele acreditava que estivéssemos na terça), virei motivo de 'riso'. E ainda com um agravante: como você lê um jornal com uma manchete tão desinteressante? O que há de interessante nisso?.

E tinha.
Pelo menos para mim, e ao que compete aos meus interesses.

E lembrei dessa frase. Muitas vezes (e não são poucas) julgamos o que vemos de um prisma extremamente cômodo a nossos olhos - o que não me atrai, logo, não presta ou é inferior; sendo que sequer parei para observar um pouco mais, a fim de eliminar qualquer ideia negativa ou até mesmo ratificá-la.
Devemos saber transpor os limites da capa ao conteúdo e vice-versa, assim como o bíblico "separar o joio do trigo" -até o ruim tem o seu lado bom e, no fundo, até o que é tido como bom tem seu lado putrefato. É o nosso olhar linear que nos impede de ser uma autêntica geração condoreira, de ampliar os nossos horizontes e confirmar que nem tudo é tão raso quanto se imagina, sempre há uma profundidade subentendida, ainda que disfarçada sob o véu da futilidade.

Quem vê capa não vê conteúdo - uma manchete nem sempre fala pelo jornal.

Nenhum comentário: