Como sempre, me perco do foco, então, vou direto ao ponto: ontem, passei numa banca, e comprei o jornal do dia (domingo); como tive um dia cheio, não tive tempo de ler por completo, terminava na hora do intervalo, no colégio. Um amigo, muito curioso por sinal, veio ver o que eu fazia, e ao perceber que eu lia um jornal do domingo (e ele acreditava que estivéssemos na terça), virei motivo de 'riso'. E ainda com um agravante: como você lê um jornal com uma manchete tão desinteressante? O que há de interessante nisso?.
E tinha.
Pelo menos para mim, e ao que compete aos meus interesses.
E lembrei dessa frase. Muitas vezes (e não são poucas) julgamos o que vemos de um prisma extremamente cômodo a nossos olhos - o que não me atrai, logo, não presta ou é inferior; sendo que sequer parei para observar um pouco mais, a fim de eliminar qualquer ideia negativa ou até mesmo ratificá-la.
Devemos saber transpor os limites da capa ao conteúdo e vice-versa, assim como o bíblico "separar o joio do trigo" -até o ruim tem o seu lado bom e, no fundo, até o que é tido como bom tem seu lado putrefato. É o nosso olhar linear que nos impede de ser uma autêntica geração condoreira, de ampliar os nossos horizontes e confirmar que nem tudo é tão raso quanto se imagina, sempre há uma profundidade subentendida, ainda que disfarçada sob o véu da futilidade.
Quem vê capa não vê conteúdo - uma manchete nem sempre fala pelo jornal.
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