terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

devaneios. I

Do outro lado do muro
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Muro poderia ser descrito por um dicionário de língua portuguesa como barreira, parede, anteparo. No entanto, para o homem, os muros mais marcantes, até hoje, transcenderam do plano físico a outros planos: o social, o político, o econômico - o mesmo indívido que aprendeu a construir pontes, agora as destroi e levanta grandes muros.
Um dos mais conhecidos no mundo foi o Muro de Berlim, que simbolizou o auge da Guerra Fria, onde tem-se o muramento do plano físico como forma de reflexo de uma batalha de cunho predominantemente ideológico. Mas a Guerra acabou. Vive-se outros tempos. Há uma Nova Ordem Mundial. Contudo, os obstáculos continuam sendo construídos: os muros invisíveis.
A desigualdade socioeconômica brasileira é um bom exemplo para ilustrar essa situação: em meio às inúmeras favelas existentes no Rio de Janeiro, podemos econtrar - não muito distante - os grandes condomínios de luxo, tornando este contraste cada vez mais explícito. Tem-se de dentro deles a falsa projeção de proteção - fato bem exposto pela música "Minha Alma", composta por Marcelo Yuka; que diz que por trás da sensação de estar protegido pelas "grades do condomínio", esconde-se uma dúvida, porque mesmo com tanta segurança, a violência só tem aumentado.
O sistema capitalista, assim como dogmas religiosos, os ideários de classe e status, e até os conflitos étnicos trazem, incorporados a seus ideais, a sua parcela de culpa nesta fragmentação social. Entretanto, por mais que a educação como solução tenha se tornado um verdadeiro pleonasmo, continua sendo essencial para a amenização deste processo. Porém, o respeito às diferenças deve vir agregado a este conceito de educação, pois a sua ausência é a maior promotora das desigualdades. É preciso saber enxergar o que há por trás do muro.
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p.s.: numa sexta-feira, em meio às consequências de uma TPM, a professora pede uma dissertação e eu consigo apenas fazer um texto entupido de metáforas, ideias recortadas, e muitos ecos. E sem muita paciência de escrever no blog, vou postar os lixos de alguns textos aqui. "Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça"

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